Games educativos garantem rentabilidade a desenvolvedores independentes

Se a crise econômica afetou muitos segmentos, o de desenvolvimento de jogos passa imune. Entre 2014 e 2016, o faturamento do setor cresceu 25%, segundo o IBGE. A expansão também tem chamado a atenção dos jovens que chegam ao mercado de trabalho: de acordo com a Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames), o número de desenvolvedores de games subiu 600% nos últimos seis anos.

Entre os destaques para a carreira, estão as produções freelancers, em que os desenvolvedores contam com liberdade para criação e entregam às empresas projetos finalizados, sem a necessidade de cumprirem horário de expediente. Essa também é a aposta da Playmove, startup criadora da mesa digital com jogos educativos PlayTable. A empresa conta com uma equipe contratada, mas aposta no crescimento do seu portfólio de atualizações através de parcerias de desenvolvedores independentes.

Parceria com propósito

Foi justamente com a Playtable que o game designer Rafael Arrivabene viu a oportunidade de ingressar no segmento de educação. Ele já tinha interesse por desenvolver trabalhos ligados à temática, e quando se mudou para Santa Catarina, em 2015, viu na Playmove a colaboradora para colocar o sonho em prática. “Nós começamos uma boa relação e surgiu a vontade de fazermos uma parceria. O Marlon, CEO da empresa, viu meu portfólio e se interessou por meu jogo de tabuleiro Meu Jardim, publicado atualmente pela Ludens Spirit. Como eu já tinha o planejamento para uma versão digital deste game, juntamos a vontade com a oportunidade e lançamos a versão exclusiva para a mesa digital PlayTable”, lembra.

Além de projetos freelancer, Rafael é ainda consultor e realiza eventos e workshops sobre o segmento. Ele destaca que o desenvolvimento de jogos para empresas conceituadas é fundamental para a carreira dos profissionais desse setor. “A parceria com uma companhia como a Playmove ajuda a promover seu trabalho por todo o país, possibilitando que ele alcance pessoas que de outra forma não teriam acesso ao seu jogo. Além disso, a liberdade criativa que vem da independência do desenvolvedor recebe um ótimo complemento quando entra em contato com a experiência e qualidade técnica da equipe da empresa, levando seu trabalho para um novo patamar. Por fim, a rede de parceiros comerciais da marca oferecem uma boa chance de retorno para os criadores”, finaliza.

Acelerando juntos

Raphael Martinez é economista formado pela PUC, atuou com trade marketing e trabalhou com aceleração de negócios de impacto social. Com essa experiência, optou por empreender, criando o estúdio de jogos sérios e jogos educativos TowerLab Studios, onde é produtor de games.

Junto com o sócio, Celso Fujimoto, que já havia desenvolvido jogos para o segmento de educação, viu na Playmove a oportunidade para desenvolverem uma parceria de sucesso. Raphael teve contato com a startup durante o programa de aceleração da Artemisia, organização sem fins lucrativos que promove o fomento de negócios de impacto social. “A vantagem é poder se especializar e investir a maior parte da nossa energia no nosso core business, que é o desenvolvimento de jogos e confiar as vendas na estrutura e experiência da Playmove. Assim podemos entregar um game cada vez melhor”, aponta.

Sobre o desenvolvimento independente, Raphael acredita que para a Towerlab a união de propósitos semelhantes seja uma das vantagens. “Os nossos valores e a preocupação que temos em produzir algo positivo para a sociedade são muito parecidos com os da Playmove e isso para nós é muito importante”, finaliza.

Atualmente, 28 games da PlayTable são desenvolvidos por profissionais independentes ou estúdios. A companhia conta com 14 parceiros cadastrados para a criação de jogos educativos para a mesa digital.

Sobre a PlayTable

Criada para aliar tecnologia, educação e diversão, a PlayTable é uma mesa digital, interativa e multidisciplinar que pode ser utilizada por crianças a partir dos três anos de idade. Os jogos são criados a partir das matrizes curriculares e desenvolvem habilidades cognitivas e de coordenação motora, além de conteúdos como alfabetização, matemática, ciências, artes, história, entre outros.

A estrutura é segura e simples, o que permite que as próprias crianças façam o uso do equipamento sem a necessidade da intervenção de adultos. Graças à tecnologia empregada no produto, ele é recomendado para utilização em programas de inclusão com crianças com dificuldades psíquicas e motoras.

Sobre a Playmove

Criada em 2013 em Blumenau (SC), a startup Playmove nasceu a partir da união de dois empreendedores das áreas de tecnologia e brinquedos educativos. O negócio deu origem a primeira mesa digital com jogos educativos do Brasil, a PlayTable. Foram três anos de pesquisa até que o dispositivo chegasse ao mercado. Em 2016 a startup recebeu menção honrosa na categoria Negócio de Impacto Social do Prêmio Empreendedor de Sucesso.

Raphael e Celso fundaram a TowerLab e encontraram na Playmove a parceira ideal para o desenvolvimento de games educativos